Uma influenciadora que foi influenciada por suas raízes, construídas em Santo Antônio do Jardim, interior de São Paulo, Marina Fabris nasceu e cresceu no sítio da família, em meio a um ciclo tradicional e bem sertanejo. E foi ali que tudo começou.
A moradia, de tão aconchegante que era, abriu suas portas para os privilegiados de fora e virou um negócio, um restaurante muito conhecido na região, um ponto turístico rural e local ideal para eventos sertanejos. Batizado como “Tuia Véia”, foi responsável por colocar Marina, ao lado da família, no mundo dos empreendedores.
Além do trabalho, começou a frequentar os rodeios da cidade ainda muito jovem, já que tinha isso como parte do seu DNA e seria inevitável acabar não seguindo esse caminho. Hoje, ela é reconhecida pelo seu trabalho como influenciadora digital e apresentadora, alçando voos para muitas regiões do Brasil.
Seu estilo – desde a vestimenta aos ambientes que sempre frequentou – foram referências de sua família, sempre inserida no meio rural. Além disso, tirar fotos e vídeos sempre foi uma de suas paixões e sempre com looks que contavam com seu chapéu, fivela e botas tradicionais no meio country. Todas essas características abriram passagem para o início dessa história e ela foi se tornando uma referência de glamour e tradição.
Marina começou a compartilhar suas fotos nas redes sociais e começou a ser notada pelo seu estilo, as pessoas procuravam saber de onde eram as suas roupas e acessórios. Além disso, os conteúdos começaram a ser repostados em comunidades, como “As Brutas Também Amam”. Em 2018, um empresário a convidou para fazer provador de sua loja e a artista fechou a sua primeira parceria. Em 2019, foi convidada para ser apresentadora. O amor pelo que fazia, a facilidade na comunicação e seu estilo representativo para o público sertanejo fizeram com que o hobby virasse uma profissão.
No auge de convites para rodeios e com diversos eventos marcados, veio a pandemia e migrou das festas presenciais para as lives, apresentando mais de 30, de vários artistas como Matogrosso e Mathias, João Bosco e Vinícius, Clayton e Romário, Guilherme e Benuto, Gian e Giovane, entre outros.
Com a retomada total dos eventos em 2022, a história continuou a ser escrita. Marina Fabris abriu sua agenda de eventos com o maior rodeio do Sul do Brasil, o rodeio de Colorado. Em seguida, muitos outros eventos expressivos eram rota de estrada para ela, dentre eles, Jaguariúna Rodeo Festival, Festa do Peão de Americana, Festa do Peão Boiadeiro de Barretos, Extrema Country, Expar, Rio Pardo Expo Show, Festa do Peão de Piracicaba, entre outros.
O trabalho mais recente foi no Caldas Country Festival, conhecido como um dos maiores festivais do país, ali ela sentiu o tamanho de sua importância, era o estado considerado berço do sertanejo. E o balanço que fica é que, mesmo em um meio predominado por homens, uma mulher empoderada, meiga e divertida, tem ganhado, com respeito, cada vez mais espaço. Abraçando todas as oportunidades para o ano de 2023, Marina Fabris quer colher mais frutos nos rodeios e eventos, além de estar planejando uma surpresa no carnaval. Confira a entrevista!
O restaurante “Tuia Véia” é um ponto turístico conhecido, foi através dele que você se descobriu o amor pelo sertanejo e empreendedorismo?
Bom, não só para a Marina de 2018 ou 2019, que foi quando eu comecei nesse mundo, mas para a Marina criança, para a adolescente, eu diria: menina, escuta sua intuição, acredita no que Deus plantou no coração, porque é isso mesmo, vai acontecer e vai chegar esse momento. E têm chegado nesse momento porque eu sempre tive dentro do meu coração e no meu inconsciente. Sabe, no meu consciente, que o meu lugar não era só ali. Eu amo a minha casa, o meu lar, que é a minha família. Eu amo estar lá, voltar para lá, mas a minha vida é no mundo, é levar o meu trabalho pra muitos lugares e eu sempre soube, sabe? Desde criança… Eu não sei te explicar como, mas através de tudo que eu já fiz, sabe desde criança meu contato com comunicação, com o microfone, com pessoas, eu sabia que Deus tinha algo maior preparado pra mim. Então, eu diria pra Marina acreditar e seguir os sonhos que por mais que tenha provações, por mais que seja difícil, que por mais que doa muito, evoluir vale a pena.
No final, vale a pena demais. E hoje eu olho para trás, eu vejo que Deus já tinha escrito tudo mesmo e que estou vivendo os planos dele para a minha vida. Ele já tinha escrito tudo! Desde que eu me lembro por gente, eu sabia que tinha algo diferente me esperando.
Seu estilo chama atenção nas redes sociais, suas fotos foram parar em comunidades sendo uma “As Brutas Também Amam”. E então, desde 2018 o seu nome cresce como digital influencer. Nesse crescimento online, quais foram seus maiores desafios e quais aspectos do seu trabalho você acha que conquistam o público?
2023 já começamos cheias de novidades. Minha primeira viagem foi para Maceió, que fui ao aniversário do Lucas Guimarães. Fiz um tour por Ribeirão Preto também, mas já estou em Goiânia. Tem muita novidade vinda por aqui, por Goiânia também… E promete, se Deus quiser! A agenda já está ficando cheia de eventos, não só sertanejos. Sobre o Carnaval, eu ainda não posso dar spoiler, eu acho (risos), mas é a primeira vez que eu vou passar o Carnaval nesse lugar, que é um lugar que quem ama Carnaval tem ele como um dos preferidos, eu tenho certeza. Eu vou estar lá pela primeira vez e pode ter certeza que eu vou levar meu nome. Eu vou levar um pouquinho da referência sertaneja para o Carnaval de São Paulo.
Em 2019, você foi convidado para ser apresentadora. Como surgiu o convite? Você passou por alguma preparação antes?
Bom, com certeza, o preconceito existe e acho difícil de deixar de existir, mas a gente tem quebrado cada vez mais barreiras, superado e ganhado cada vez mais espaço, que é o que algo que fico muito feliz. Acho que as mulheres têm que se abraçar cada vez mais, sabe? Ir abrir abrindo porta para outras, porque não só o rodeio, mas o mercado inteiro de trabalho precisa de mais mulheres fazendo diferença, sabe?
Já ouvi, sim, comentários machistas. Já ouvi que eu era só um rostinho bonito ali. Já ouvi que eu tinha cara de patricinha, mas quem fala isso é quem não conhece, é inseguro ou tem medo. Eu nunca me peguei a esses comentários. Eu sempre tenho comigo que a minha competição é comigo mesmo, de ser uma pessoa e uma profissional melhor a cada dia. E eu me apego a isso e realizo o meu trabalho, sabe? Não me apego nem aos comentários machistas ou qualquer outro comentário de pessoas que querem puxar o tapete, porque isso existe em todo lugar.
E eu sigo, vou com Deus para todos os lugares aonde as portas vão se abrindo, mas eu tenho certeza que estamos superando isso e cada vez mais as mulheres estão sendo respeitadas. E, no meu caso, eu tenho eu tenho muito que agradecer, pois os homens que eram referência pra mim – tanto na parte do rodeio quanto na parte do entretenimento artístico – não me fizeram passar por episódios ruins. Eu tive pouquíssimos problemas, sabe pouquíssimos episódios ruins. A maioria das pessoas me abraçou sempre me respeitaram muito, e trataram com respeito. Então, no geral, eu não tenho o que reclamar, graças a Deus.
A maioria da galera, principalmente quem eu não era fã, fiquei mais fã depois que conheci pude trabalhar junto, porque me abraçou de uma maneira muito legal. Eu, uma menina nova entrando no rodeio, tinha tudo para ser pra ser pior, mas foi muito bom, graças a Deus.
O sertanejo ainda é muito predominado por homens. Recentemente, as mulheres têm ganhado mais espaço nesse estilo musical. No seu meio, ainda a comentários machistas e depreciativos referente a cantoras e público feminino?
O amor pelo sertanejo é desde criança, antes do TuiaVeia. Antes de o restaurante existir, meu pai trabalhava com olaria, que é fazer tijolo. Onde é o restaurante hoje, antes era olaria e antes de olaria era tipo a tuia de café, vinho e tudo que os meus tataravós plantavam lá. O amor pelo sertanejo e por essa cultura sempre fez parte da minha história.
Então, o TuiaVeia foi, na verdade, um meio, um veículo para fortalecer esse amor junto com o empreendedorismo. Quando inaugurou o restaurante, eu tinha 10 anos e a partir daí, conforme foi crescendo, eu comecei a ser muito participativa e ajudar na adolescência. Com 15/16 anos, eu já trabalhava mesmo, sabe?
Inicialmente, no caixa, que era como ajudava meus pais. Quando os eventos começaram, comecei a tomar a frente com ideias mais novas para ajudá-los. Então, foi aí que o meu primeiro trabalho, o meu primeiro contato com o público. Ali, com certeza, eu já me apaixonei pelo empreendedorismo. Desde criança eu já sentia essa coisa forte da comunicação em mim, mas ali me deu a certeza de que gostaria de trabalhar com o público. O amor pelo sertanejo só fortaleceu e foi um veículo também para valorizarmos nossa cultura, né? Fazendo eventos valorizando a cavalgada que é tradição, show sertanejo e tudo mais.
2023 promete muitas novidades. Pode dar uma prévia sobre os próximos passos e um pouco sobre a surpresa no Carnaval?
Bom, eu sempre gostei do diferente em todos os aspectos da minha vida, mas quando a gente fala de estilo, eu sempre tive o meu estilo. Eu nunca segui a moda, sempre fiz a minha moda e acho que isso chamou atenção porque há um tempo o country e o sertanejo era muito tradicional, né?
Calça jeans, camisa, bota, chapéu. Ainda existe isso e eu amo o tradicional do country, mas também amo colocar uma pitada de Marina Fabris em tudo que eu visto, em tudo que eu faço e eu vejo cada vez mais meninas se inspirando, sabe? Eu fico muito feliz com essa diversificação de estilo no meio, eu acho que cabe muito tudo isso. Acho que não só em relação aos looks, mas como você citou, no crescimento online…
Apesar de ter crescido no interior, hoje você tem seu trabalho reconhecido em várias regiões do Brasil. Refletindo sobre tudo que já passou em sua carreira, o que você diria para a Marina que começou lá atrás?
O maior desafio, com certeza, é a responsabilidade que a gente tem de intitular influenciador. Você tem que ser muito responsável, quando influencia uma pessoa, não só nos looks, mas em tudo que você faz tanto para o bem, tanto para o mal.
Então sempre tomo muito cuidado para falar sobre as coisas boas, apresentar produtos e serviços de qualidade, que realmente conheço e confio. Só depois de experimentar desde uma comida até um produto de beleza ou o carro, enfim.
Tudo o que trabalho nas minhas redes sociais procuro fazer tudo isso faço tudo isso para depois apresentar. Isso é um desafio no meio de tantas propostas você conseguir manter ali a sua essência, os seus valores, né? Nem tudo é por dinheiro e sempre gostei de manter isso, de preservar o que acredito. Não é porque eu sou uma influenciadora que eu vou fazer qualquer negócio, entendeu?
Tem uma frase que gosto, que fala ‘nunca negocie o seu propósito por uma proposta’ e levo comigo para a vida, porque foi isso que conquistou o meu público. Eles confiam no que eu falo, porque estou sendo eu mesma, sem filtro. Estou construindo devagar esse trabalho de formiguinha, mas, construindo a minha história por mim mesmo.
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Parceria com Luca Moreira