Nádia Figueiredo, soprano mineira, traz sua voz marcante para o cenário da música brasileira com o lançamento do single “Isto Aqui O Que É?”. Com uma trajetória que mistura o canto lírico com a MPB, ela se destaca pela fusão de estilos. Não é a primeira vez que Nádia inova, pois em seu primeiro álbum, “Meu Idioma É O Amor”, cantou em diferentes línguas, incluindo italiano e russo, mesclando influências clássicas e contemporâneas. Neste novo projeto, a artista foca na brasilidade, sem revelar ainda o nome do álbum, mantendo a surpresa para os fãs. O single já está disponível nas principais plataformas digitais e acompanha um videoclipe gravado no icônico Cristo Redentor.
A carreira de Nádia Figueiredo foi forjada no aprendizado autodidata, apoiada pela família desde sua infância em Belo Horizonte, Minas Gerais. Além da música, Nádia também tem uma história no mundo da moda, consolidando sua carreira como modelo no Brasil, México e Chile. No entanto, a transição para a música foi inevitável, e ela se dedicou desde então ao teatro musical, canto lírico e outras formas de expressão artística. A cantora também é autora do livro “E por falar em voz… – Um manual de boas práticas para quem utiliza a voz como instrumento musical” (2021), demonstrando seu compromisso e experiência no campo da música.
Mesmo com uma carreira promissora, Nádia enfrentou desafios e obstáculos, desde assédio na indústria da moda até bullying no meio musical. Contudo, sua paixão pela música e sua resiliência a levaram a superar tais barreiras. Seu talento eclético e paixão pela inovação a consolidam como uma artista em ascensão no cenário musical brasileiro, conquistando uma audiência variada e cativando admiradores com sua versatilidade artística.
O seu novo single, “Isto Aqui O Que É?”, apresenta uma forte brasilidade. Como foi a inspiração por trás dessa canção e qual a mensagem que deseja transmitir por meio dela?
Eu tenho muito orgulho de ser brasileira, sou filha de pais brasileiros e sou neta de avós brasileiros. Apesar de todos os problemas eu amo meu país e quis celebrar a minha brasilidade, quero mostrar através da música as coisas maravilhosas que o Brasil tem e porque os gringos ficam tão encantados com o nosso país, essa é minha terra.
No seu novo projeto, você contou uma equipe de peso. Para você, qual foi a principal contribuição de artistas tão talentosos? Como contribuíram para a sonoridade do álbum?
Ter um arranjo de alto nível faz total diferença, os músicos são excepcionais é só ouvir a faixa que vocês vão perceber.
Nesse projeto você decidiu focar no português. O que te levou do canto lírico para a MPB e principalmente, cantada em português?
Estou em um momento de cultuar minhas origens, cantar em português é orgânico, me deixa muito livre para interpretar as canções.
Além de sua carreira musical, você também é autora do livro “E por falar em voz…”. Pode compartilhar um pouco sobre o conteúdo do livro e como ele se relaciona com sua jornada artística?
Esse livro foi um marco pessoal e profissional. Pessoal, porque meu pai faleceu de Covid enquanto eu estava escrevendo, eu tinha prazo para entregar, foram dias extremamente difíceis pra mim em que eu escrevi de luto, não sei como eu consegui, cheguei a passar 16 horas na frente do computador escrevendo para entregar no prazo, vi o sol nascer algumas vezes nessa época. Profissionalmente, eu sentia falta de várias informações que não encontrava em um só livro, quis escrever algo prático que pudesse ajudar os estudantes de música e tive colaboradores de peso nesta área como médicos especialistas em voz artística, fonoaudiólogo de cantores, maestro, tenores, sopranos…. enfim, muitos profissionais ajudaram com informações valiosas.
Você começou sua carreira como modelo e depois se dedicou à música, certo? O que a motivou a fazer essa transição e como você se adaptou a essa mudança de carreira?
Eu comecei na música com 10 anos, me dediquei até os 18 anos, com 22 anos fui convidada por uma grande agência de modelos São Paulo para trabalhar e aceitei, sai de Belo Horizonte e fui morar em SP, com 25 anos me casei com um carioca e vim morar no Rio de Janeiro onde continuei trabalhando como modelo. Aqui no Rio eu voltei para faculdade e me formei, comecei a fazer aulas de canto lírico com 30 anos e não parei mais. Estudava canto, modelava e fazia vários cursos e workshops na área de voz. Sobre a transição da moda para a música, acho que nunca aconteceu, até hoje eu sou convidada para castings de fotos, no meu caso, uma coisa completa a outra.
Seu primeiro álbum, “Meu Idioma É O Amor”, incluiu canções em diversos idiomas, incluindo italiano, russo e inglês. Você já tinha conhecimentos nesses idiomas? O que/Quem te inspirou a explorar diferentes línguas na música?
A maioria das árias de ópera são em italiano, a Itália é o berço da Ópera, estudei muitas árias em italiano e adoro cantar neste idioma. O russo foi um desafio! Quando comecei a estudar canto lírico eu me inspirava em uma soprano russo chamada Anna Netrebko que por ironia do destino nos tornamos amigas, isso faz 8 anos. Um dia estávamos em Paris e a agente da Anna me sugeriu cantar “Olhos Negros” uma canção folclórica russa muito conhecida. Eu amo esses desafios e fui estudar a música com uma professora de São Petersburgo, minha pronúncia foi elogiada por vários russos e fiquei feliz pela conquista.
Você é uma entusiasta do gênero crossover, que mistura elementos de pop, clássico e world music. Como você vê o futuro desse estilo no Brasil e você tem planos para explorá-lo mais em sua música?
Sempre vou explorar esse estilo, ele faz parte da minha essência como artista, me dando liberdade para criar sons inéditos e colocar minha imaginação para trabalhar.
Você aprendeu línguas incomuns, como esperanto e inuíte, para encaixar em seus projetos musicais. Como você escolhe as línguas para suas músicas e por que incorporar essas línguas menos comuns?
O aquecimento global é algo que sempre me preocupou, tenho músicas no YouTube falando sobre o tema, e a Groenlândia por estar no topo da terra é onde conseguimos ver nitidamente esse aquecimento por conta do degelo. Conheci um casal que fizeram uma exposição na Rússia sobre os “inuítes” moradores da Groenlândia, que muitos chamam de esquimós e nessa época me convidaram para compor uma música tema para tocar nesta exposição e eu fiz. Com o tempo comecei a estreitar laços com alguns inuítes e surgiu a oportunidade de cantar uma música de natal no dialeto deles, assim fui me aprofundando um pouco na cultura deles e conhecendo o povo maravilhoso que são, uma experiência única.
Acompanhe Nádia Figueiredo no Instagram
*Com Luca Moreira