(Imagem Gerada Por IA)
Num surto criativo de segunda-feira, decidi que ia virar artista. Comprei um estojo de aquarela achando que seria tipo pintar com mágica. Era só molhar o pincel e ser feliz, pensei.
Na terça, fiz minha estreia. Papel na mesa, playlist rolando, eu me sentindo a própria Frida Kahlo do Pinterest. No entanto, bastou a primeira tentativa pra entender: a água tem vontade própria, o pincel tem vida própria e a tinta… bom, a tinta escorreu como as decisões da minha vida.
Na quarta-feira, levei um pé na bunda.
Literalmente. Quarta de Cinzas. Carnaval acabado, dignidade em frangalhos e eu recebendo o clássico “o problema não é você, sou eu” pela enésima vez.
Sentei de novo com a aquarela. Olhei praquela mistura de cores indefinidas e pensei: isso aqui sou eu tentando me expressar e só conseguindo manchar o papel.
Mas aí… olhei de novo. E tava até bonito. Meio torto, meio caótico, mas com personalidade. Tipo eu.
Descobri que pintar é difícil. Amar também. Mas pelo menos, na aquarela, se borrar tudo, ainda dá pra fingir que era intencional.