Danilo Penteado fala sobre parceria com César Lacerda em “Nova Oração”

O multi-instrumentista Danilo Penteado segue revelando os sambas que compôs e lançou durante a pandemia, com parceiros famosos como Carlos Rennó, Maurício Pereira, Luiz Tatit, Ná Ozzetti, Romulo Fróes e Alice Coutinho como voz ou O co-autor aparece . Agora, o músico mudou de tom e guiou a bossa em “Nova Oração”, e retomou a colaboração com o cantor e compositor C ésar Lacerda durante o lançamento do selo YB Music.

A letra de “New Prayer” é uma oração, composta por Daniel Muller. Nos versos referentes à poética de Bossanova – alusiva ao movimento e ritmo natural das coisas, o autor chama Jobim (Tom) e João (Gilberto) para que prestem atenção em nós. As letras se destacam nesse arranjo minimalista, combinando apenas violão e piano, sem percussão. Confira a entrevista!

“Nova Oração” é uma bossa  que homenageia Tom Jobim e João Gilberto que é uns dos nomes mais conhecidos da MPB. Ao gravar essa nova faixa remotamente, você pensou em produzir uma música que nos leva ao sentimento de acolhimento como os clássicos da Música Popular Brasileira?

Sim, pensei em fazer referência a essa sonoridade econômica da voz, violão e piano. Em tempos de tanta informação no nosso dia dia, acho que os silêncios são preciosos.

O arranjo minimalista se destaca no decorrer da música “Nossa oração” de uma forma sofisticada e como uma oração em forma de música. Essa nova faixa produzida remotamente obteve algumas dificuldades ao ser produzida, mesmo tendo esse cuidado de buscar um som de qualidade?

Diferente dos primeiros sambas que lancei na pandemia, nessa canção gravei o violão no estúdio Pratápolis, do Jonas Tatit e a voz do César Lacerda no estúdio Trampolim do Fábio Barros, que também mixou a faixa. A masterização foi feita pelo Pete Maher, na Inglaterra, indicado pelo Fábio Barros também.

Como está a recepção do público com a música “Nova oração”?

Nova Oração é, dos sambas que lancei, a segunda com mais streams, somente abaixo de É a esperança, parceria minha com o Luiz Tatit e interpretada pelo Maurício Pereira. Acho que o fato de ser uma bossa nova clássica facilita a inserção dela em playlists do gênero.

O samba é seu estilo musical favorito?

Com certeza um dos preferidos. Está nas minhas memórias mais antigas de música ao vivo, com meu tio Cid Camargo e seus amigos fazendo rodas de sambas em Itatiba-SP. O ritual da roda é uma das práticas musicais que mais me deu prazer na minha história com a música.

Como foi trabalhar  ao lado de César Lacerda? 

O César Lacerda é um grande compositor, cantor e pensador da canção brasileira. Nos conhecemos quando substituí o Rodrigo Campos no show do disco Meu nome é qualquer um, do César e do Rômulo Fróes. Aí iniciamos uma parceria que já rendeu a canção título do meu primeiro album, “LING LENG” e o primeiro samba que lancei na quarentena, “O que então, nos faz sonhar?”

Conte-nos  um pouco sobre quem é Danilo Penteado.

Eu sou um músico que se dedicou muito tempo a estudar diferentes instrumentos (baixo elétrico, baixo acústico, piano, cavaquinho, violão e acordeon) e foi levado ao universo de cada um deles, o que me faz ter a capacidade de transitar entre gêneros e funções musicais muito distintas. Nos últimos anos tenho me dedicado a compôr e cantar minhas próprias composições. Tive a honra de me tornar parceiro de Gilberto Gil, Luiz Tatit, Carlos Rennó e outros grandes letristas da minha geração. Na pandemia também comecei a gravar e produzir em casa, o que me abriu um novo campo de trabalho, além das aulas online, que têm me dado um retorno muito gratificante.

Quais são as maiores mudanças dos seus trabalhos anteriores para o “Nova  Oração”? O  que pretende transmitir  com essa canção?

Nova Oração é minha primeira parceria com o Daniel Muller, com quem toco há 20 anos no grupo Quatro a Zero. A principal diferença entre minhas canções anteriores é a ausência de baixo e bateria. Só voz, violão e o piano do Daniel Muller, evocando Jobim. Não tenho uma pretensão específica em que transmitir com ela. Acho que cada pessoa ouve de maneira muito diferente, dependendo do momento da própria vida. Acho que essa abertura de interpretações uma das coisas mais interessantes da linguagem musical.

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Também fizeram parte: Affonso Tavares,  Luca Moreira , Andrezza Barros

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