A cantora, compositora e atriz paulista Julia Freitas vive da arte desde que se entende por gente. Apesar de publicitária de formação, começou a atuar desde pequena e também nunca deixou de esconder sua paixão por música. Com o tempo, teve aulas, estudou e começou a escrever suas próprias canções. De repente, já estava lançando seus primeiros singles. Cinco dessas músicas, divulgadas em 2022, se juntam agora na narrativa sólida de Tempo, o seu primeiro EP.
Com produção de Jeff Pina, o lançamento conta com cinco faixas que ilustram muito bem a sonoridade de Julia, em um pop leve e essencialmente acústico que dá destaque para a sua voz melódica, que sempre chama a atenção de quem a vê cantar. O EP começa com “Navegantes de Mares”, música que fala sobre antepassados e que conta com uma letra forte e de fácil identificação. Sobre essa faixa, Júlia lembra que ficou impactada ao ler o depoimento de uma ouvinte através das redes sociais.
Dando continuidade, a tracklist vai para “Passou a Vida”, canção que fala sobre pessoas que, presas ao passado, deixam de dar a devida atenção para o presente e para o futuro. Na sequência, vem “Um Dia”, em que o eu-lírico, finalmente desprendendo-se do passado, assume a vontade de mudar e começa a ir atrás disso.
“Compondo com Zeus”, a faixa que vem depois, retoma a questão das memórias, mas com um viés de autossuficiência e reflexão. E, para finalizar com chave de ouro, temos “Sinta a Vida”, uma composição com referência rítmica do flamenco e o single mais recente de toda a obra. “Sinta o presente como uma porta aberta”, retrata o refrão, concluindo uma narrativa cuja mensagem, basicamente atemporal, é a de que temos que encarar o passado com carinho e respeito, usando-o como aprendizado no presente para ser sinônimo de conquista no futuro.
A paulista Julia Freitas é uma cantora, atriz e dançarina com um interessantíssimo projeto artístico. Compositora autodidata, estudou canto (na Escola de Música de Piracicaba Maestro Ernst Mahle, em Piracicaba, e no Conservatório Musical Ernesto Nazareth, em São Paulo) e atuou pela Escola de Atores Wolf Maia e pelo Estúdio Fátima Toledo. Atualmente, ela segue aperfeiçoando seu talento vocal sob a mentoria do influente professor Wilson Gava.
Começando a carreira como atriz, Julia já participou de nove peças de teatro e três webséries, além de diversas publicidades e o papel da personagem Virgem da série Animal, do canal GNT. Tudo isso a levou a se aventurar também na música, mundo no qual entrou através de corais de canto, experiências em bandas e até de sua participação no programa Ídolos. Ela lançou diversos singles ao longo dos anos e tem ampliado seu público das maneiras mais diversas, como se apresentando em casamentos e fazendo serenatas. Atualmente, divulga o seu EP de estreia, intitulado Tempo. Confira a entrevista!
Quais foram as suas maiores influências musicais (gêneros ou artistas) para esse lançamento? O que você tem ouvido por aí para recomendar para nós?
Minhas maiores influências para esse lançamento foram Maria Gadu, Marisa Monte, Melim e AnaVitoria. Foi uma junção de todos esses artistas. Ultimamente ouço muito “Amor de Índio” na versão da Maria Gadu, apesar de ser uma música antiga ela sempre me inspira por conta da interpretação.
Sua carreira contou e conta com a passagem de nomes grandes e consolidados da cena, como Wilson Gava e Jeff Pina. Como eles têm contribuído para a sua vida profissional?
Primeiro veio o Jeff Pina (2020), que conseguiu traduzir melhor o meu estilo musical e colocar através dos arranjos tudo aquilo que eu queria expressar através das minhas composições e muitas vezes não conseguia. Ele gosta muito de ensinar e entrar no mundo do artista para poder realmente explorar a essência daquela composição e traduzir em canção e foi com ele que passei a olhar para a minha arte de uma forma mais profissional.
E agora em 2022 conheci o Wilson Gava que vem trazendo um grande aprimoramento para a minha voz com técnicas muito certeiras e práticas. Hoje tenho a grande felicidade de poder ser mentorada por ele para que eu possa, cada vez mais, levar a minha arte de forma mais assertiva para o maior número de pessoas.
Sua bio no Instagram diz que falam que sua voz é calma e traz alegria. O que você ouve de feedbacks de seus fãs no geral? Algum depoimento de algum fã marcou a sua trajetória?
Sim, sempre ouço muito que as minhas músicas acalmam e trazem alegria. Teve alguns depoimentos que me fizeram sentir que estava no caminho certo. Quando lancei a músicas “Além de Mim” (2019) recebi muitos directs no Instagram dizendo que não sabiam se “ouviam a música ou se sentiam ela” isso me emocionou muito na época. E teve um depoimento muito forte que recebi quando lancei a primeira música desse EP “Navegantes de Marés”, de uma seguidora que veio compartilhar comigo que na semana do lançamento ela estava gravida de 10 semanas e sua gestação estava passando por alguns problemas e poderia evoluir para um aborto, segundo os médicos. Ela disse que foi uma semana muito sofrida e que a música “acalmava muito e dava muita fé para acreditar que tudo tem um propósito, mesmo que o bebê não ficasse aqui, Deus sabia o porquê” e que ela iria se fortalecer. A gravidez avançou para um aborto, mas ela me disse que ficou em paz, e pra mim é muito gratificante saber que “Navegantes de Marés” trouxe alguma calma pra ela, e terminou me dizendo para eu “nunca desistir de continuar no meu caminho e que a música e a arte precisam ser sempre uma expressão de Deus na terra. Por mais dificuldade que eu tiver, não desistir de mostrar minha voz… e para eu continuar ajudando as pessoas através da música”. Esse depoimento foi muito forte para mim, não a conhecia, e o fato dela ter tomado a liberdade de vir falar comigo e relatar tudo isso me deu muita força e fé também do meu caminho com a arte.
Sua carreira já teve um avanço considerável (e isso considerando que você ainda está nos primeiros lançamentos). Desde o início, incluindo as bandas que você já teve e a sua participação no Ídolos, o quanto você considera que cresceu profissionalmente?
Olho com muita gratidão para a minha trajetória. Tudo aconteceu e acontece no tempo certo. Nunca desisti. Fui ao Ídolos em 2007 e eu era muito imatura ainda, mas sempre tinha esse desejo de um dia cantar e poder expressar através da arte minha missão. Passei por bandas as quais também tive muitos aprimoramentos, tudo foi evoluindo aos poucos, cantei em corais, tive participações especiais através da música em momentos importantes da minha vida. Sinto que cresci muito profissionalmente, a música sempre teve importante participação na minha vida, mas quando eu decidi fazer dela o meu alvo principal, assumir minha carreira, eu realmente foquei e olho para trás e vejo que evolui. Eu tinha muita vergonha quando me pediam para cantar em família, confesso que não gostava. Hoje uno os encontros de família através do canto.
Terminada a divulgação do EP, quais são os futuros passos de sua carreira? Já tem algo planejado?
Tenho sim! Estou planejando lançar um próximo EP em 2023. Estou trabalhando nas composições com o apoio do Wilson Gava.
Alguma contribuição final?
Quero agradecer a todos que me apoiaram na construção desse projeto, que sem eles nada disso teria acontecido. O Fernando Biscalchin que lindamente roteirizou e dirigiu todos os clipes e conseguiu através da sua sensibilidade traduzir tudo o que eu quis expressar em cada canção em um projeto audiovisual. O Bruno Nakamura da “Nakamovie filme e fotografia”, que de forma muito certeira e sensível também fez toda a direção de fotografia, edição e captação de imagens, conseguiu trazer toda a textura e atmosfera para cada clipe. Agradecer também a visagista Adriana Santos, Katrukiine Cosméticos, a Gabriele Hebling, o salão de Rio Claro Dhi Afonso Beauty Salon, a Família Cohn Monteiro Narducci, Lucia Brienza pelo apoio. Ao Jeff Pina pela produção musical e ao elenco da música “Um dia” que foi muito top Hetlin Sales Albergaria, Emanuela do Vale, Melissa Alves e Gabi Antunes. E a Bruna Alves que está dando todo apoio ao lançamento. Gratidão é a palavra.
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