No final da faculdade de Publicidade e Propaganda, Gabriel Mahalem passou por diversos problemas que o levaram à depressão. Durante esse tempo, escreveu músicas e abriu uma agência de Publicidade, chamada Kyoto. O ‘Aphrodisiac’, foi uma produção terapêutica para Gabriel, que escreveu as músicas e gravou o álbum todo a noite. Desde 2019 no Youtube, produzindo conteúdo sobre cultura pop, seu canal ultrapassa os 100 mil inscritos e conquista cada vez mais o público. Ficou curioso? Confira o bate papo:
1-Como surgiu a ideia de criar um canal sobre músicas pop?
Meu namorado sempre insistiu pra eu eu fizesse isso desde 2017, porém eu tava numa vibe diferente, eu era mais focado na minha agência de publicidade e nos trabalhos com terceiros, porém isso mudou depois que eu fui no programa da Eliana em outubro de 2018, algumas pessoas lá disseram que eu era carismático e expressivo, acho que foi a força que me faltava pra virar a chave e experimentar novas coisas, meio que eu já tava fazendo isso na minha música então, acabou sendo em várias áreas ao mesmo tempo.
2- Em 2018 você fez uma participação no programa da Eliana. Divulgar um projeto social na TV, ajudou a dar visibilidade para o canal? Seus seguidores mais antigos te conhecem por esta participação?
Na verdade não, a maioria das pessoas nem sabe que aquilo aconteceu mas, tenho muito orgulho de ter feito parte daquela campanha, a vida daquelas pessoas mudou de uma forma muito profunda e foi o primeiro viral de trabalho que eu tive, após isso eu também participei da criação da identidade visual da campanha do SOS PINHEIRO, um bairro de Maceió onde os moradores perderam suas casas por conta de uma mineradora, passou até no jornal nacional e foi incrível ver meu trabalho ali. Mas tudo isso não afetou em nada, infelizmente.
3- De que forma lida com as críticas sobre seu trabalho e sua imagem?
Na maioria das vezes eu apenas ignoro mas quando me pegam pra Cristo em um dia que estou mais sensível, fico muito mal, choro e acabo descontando em pessoas perto de mim, inclusive isso é algo que preciso sempre me policiar porque os outros não tem culpa, eu até hoje não entendo bem a cabeça do hater . No aspecto da minha imagem me dói bastante porque eu sempre odiei ser gordo, mas o período que consegui controlar o meu peso, foi um dos períodos onde menos sofri na vida, a comida pra mim acaba sendo um amortecedor emocional e com todos esses gatilhos que surgem, acabo comendo pra me equilibrar, uma pena que dura pouco tempo o equilíbrio. (Kkkkkkkkk).
4- O álbum ‘Aphrodisiac’ foi criado após uma fase depressiva. Considera esse o seu álbum mais maduro e emocional?
Sim! Esse álbum é uma realização muito maior na verdade. Ele foi terapêutico de se produzir porque nele consegui buscar fórmulas que eu nunca havia feito, inclusive, foi nesse álbum que descobri o quão eclético eu sou pra música, antes eu me encaixava numa bolha pop mas com o desenvolvimento do álbum era impossível criar mais do mesmo só para fazer um disco coeso, minha mente tava em Nirvana naquela época, na verdade, quando comecei o álbum eu estava com meio pé na depressão e meio pé na superação, tanto que a primeira música do álbum que fiz foi”Shadowland” e a segunda “Spanish Sahara”, diferente do primeiro álbum que eu escrevi todas as músicas a noite e gravei ele durante 2 anos só a noite, no sucessor eu fiz tudo de dia! Inclusive há músicas do álbum que eu escrevi durante os jogos da copa, um exemplo disso é “King of the Beach”.
5- A arte e ritmo do ‘Aphrodisiac’ são divinos. De onde vem a inspiração para criações? Possui equipe para auxiliar nos projetos?
Sim! Meu produtor musical mora em Lavras, a cidade de onde eu vim, ele me auxilia em tudo que eu faço e ele é tão doido quanto eu. Nós tivemos uma química criativa imensa pro disco, na verdade ele não teve inspiração em nada óbvio, a gente começou a ouvir uns houses muito loucos de DJs BR, Enya, Sarah Brightman e procuramos conhecer mais do sintetizador também, acho que esse foi o mais fundamental, eu sugeri o uso de animais nas faixas, como os golfinhos na intro de Aphrodisiac, sons de água como em King of the Beach, areia quando o vento bate em The Sex Labyrinth e claro, instrumentos egípcios, indianos e tudo que pude achar de mais diferente e principalmente, fizemos e abusamos dos corais de vozes, o que pra mim é a ID desse álbum. Eu tentei equilibrar tudo isso com pop/dance/eletrônico sem soar datado, e acabou que nasceu aquela sopa hotshpotch de estilos.
6- Você passou dos 100 mil inscritos no Youtube, isso é um grande feito! Sobre quais assuntos você acha que atrai mais o público? Quais vídeos possuem mais compartilhamentos e visibilidade?
O público do meu canal hoje em dia assiste muitas coisas diferentes, obviamente Anitta é um tema que eu me tornei bem influente e os fãs me apoiam muito. Eu tenho que deixar o canal mais eclético possível, mesclando artistas antigos assim como artistas novos, acho que isso é uma obrigação minha como produtor de conteúdo, sabe? Gosto de educar essa geração de hoje pra que eles conheçam mais sobre as pessoas que pavimentaram o caminho, sem obviamente negligenciar o efeito dos artistas de hoje que em breve serão o passado de uma nova geração.
7- Em 2014 você entrou em Publicidade e Propaganda, estudar comunicação estimulou mais a realização de músicas, roteiros e artes?
Muito! Eu nunca na minha vida senti que eu pertencia alguma coisa, porém, no momento que entrei na faculdade e conheci pessoas que pareciam e sentiam as mesmas coisas que eu, acabei me encontrando como nunca e me entendendo muito mais. Isso me salvou!
8- Como surgiu a ideia de criar a ‘So Damn Pop’? De quais cantoras foram as primeiras blusas?
A ideia da loja era um plano de 2019, O caso foi que no começo eu não tinha a visibilidade possível pra conseguir construir isso no meu plano de mercado de acordo com o que eu quero, com isso eu também precisava de um investimento externo, então eu precisei de mais tempo pra realizar as coisas e foi durante a pandemia que decidi evoluir isso pra realidade, sendo assim fiz um novo plano e executei ano passado, graças a Deus e ao público incrível, deu certo. A primeira estampa que fiz foi da ANITTA e a ex-era Girl From Rio, depois disso eu comecei a criar um catálogo inspirado pelas icônicas dos anos 2000 e por fim, fui seguindo as tendências dos lançamentos. Demorou mais de 2 meses desenhando todo dia, 7x por semana, pra conquistar minha primeira coleção!
9 – Quais são seus planos futuros para o canal e a música?
Quero muito conseguir criar um vínculo com TV, espero que o canal consiga a projeção necessária para me possibilitar isso, estou sempre aberto para novas parcerias e amo esse contato.
Pra música a história já é um pouco diferente, eu comecei a produzir meu terceiro álbum em 2021, trabalhei muito de agosto até dezembro mas coloquei o projeto em “modo de espera”, passei por muitas mudanças de casa e cidade e isso afetou muito minha cabeça, tipo meu foco e sou assim, se não estou bem, prefiro não fazer, acredito que na hora certa as coisas vão se encaminhar. O disco será completamente diferente do Aphrodisiac.
10- Quais álbuns pop você acha que mereciam mais destaque na indústria?
Olha, tem muitos sabe? Eu vi grandes álbuns como Bionic da Christina Aguilera, Blackout da Britney não irem tão longe como o público acreditava, porém eles viraram bíblias do pop, qualquer artista que cria música hoje se tornou referência nesses trabalhos e eu amo isso. Lana Del Rey também mexe muito comigo e eu queria mais espaço pra arte linda que ela faz. Cito também, Madonna com Madame X e as influências do fado no álbum que são magníficas, Avril Lavigne com o Head Above Water e sua mudança de vida após ficar à beira da morte e assim, eu sempre vou pesar no lado dos anos 2000 mais que nos outros, mas é pelo simples fato de que essas pessoas fizeram muito, envelheceram e continuam fazendo muito! Porém os grandes meios de comunicação, premiações e afins, não valorizam! isso acaba comigo!
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